sexta-feira, 10 de junho de 2016

Literatura Africana: Jogo do Jongo e Brincadeiras


Jongo é uma dança de roda, com homens e mulheres dançando em um grande círculo girando no sentido lunar, ou seja, ao contrário dos ponteiros de um relógio.

O acompanhamento musical é feito exclusivamente por pequenos instrumentos de percussão, como os tamboretes de jongo. O cantador, que já fica no centro da roda, traz, às vezes, um chocalho nas mãos.

Também é comum o uso da puita ou angola, que consiste num pequeno cesto de vime ou taquara de caroços ou seixos, continuamente agitado, acompanhando o ritmo da dança.

Enquanto vão respondendo ao solista, às vezes dois, que está dançando no centro da roda, os dançarinos vão girando sobre si mesmos, ficando de frente para outro participante, executando uma coreografia de passos deslizantes, com movimentos alternados dos pés e, finalmente dando um pequeno pulo, reiniciando os passos deslizantes. Uma característica especial do jongo é que só é dançado à noite.

Nas casas-grandes era costume do menino branco receber um ou mais moleques negros como companheiros de brincadeira que lhe serviam como cavalo de montaria, burros de liteira, de carro de cavalo, em que um barbante serve de rédea, um galho de goiabeira de chicote. Os meninos brancos reproduziam nas brincadeiras as relações de dominação da escravidão. Eram os “manés-gostosos”, os “leva-pancadas” Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis retrata as relações perversas entre o menino branco e o seu moleque: Prudêncio, um muleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava-lhe mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia – algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um “ai, nhonho”! – ao que eu retorquia: — “Cala a boca, besta”! Além desse folguedo, era comum o “jogo do belisco”, brincadeira de roda que, no final da cantoria, dizia “que lá vai um beliscão”; então, a última criança a ser atingida levava um beliscão; esse era forte nos moleques e brandos nos sinhozinhos. 


Cabe destacar que as mães africanas, as amas de leite modificaram as canções de ninar de origem portuguesa e, em vez do papão, surgem o saci-pererê, a mula-sem-cabeça, as almas penadas, a cuca, o boitatá, o lobisomem. Essas supertições, lendas e histórias eram contadas pelas amas negras às crianças choronas e malcriadas das casas grandes e senzalas. A linguagem infantil também foi enternecida pela ação da ama negra, que reduplicou a sílaba tônica dando às palavras um especial encanto: cacá, pipi, bumbum dindinho, mimi, neném, dodói, tatá. 548 Ao pesquisar a influência indígena na lúdica infantil brasileira, Cascudo(2001)constata que,entre os séculos XVI e XVII ,os meninos indígenas, desde cedo, brincavam de arcos , flechas, tacapes, propulsores que compunham o arsenal guerreiro dos adultos.O divertimento natural era imitar os gestos e atitudes dos pais, caçando animais, abatendo aves pequenas e pescando de todas as maneiras, inclusive apanhando com as mãos os peixes à vista.Essas brincadeiras não eram simples passatempo, mas atividades educativas que os preparavam para a vida adulta, formando o futuro caçador e pescador. As meninas, desde pequenas, acompanhavam e auxiliavam suas mães nas tarefas domésticas, tais como: cozer a mandioca, o aipim, o cará, fazer a farinha, trazer e colher os legumes das roças, cuidar dos irmãos menores a quem carregam às costas numa tipóia. Elas não tinham muito tempo livre para o lúdico. As crianças indígenas divertem em jogos imitando figuras e vozes de animais como: os jogos do jacami, do gavião, peixe pacu, jaguar. O jogo de peteca era bastante apreciado, inclusive pelos adultos, sendo confeccionada com palha de milho e enfeitadas com penas de aves. Com fios entrelaçados nos dedos das mãos, os curumins constroem imagens que representam situações de seu cotidiano: peixes, tamanduá - bandeira, arria, a lua. Brincadeira só de meninos, podendo ser realizada individualmente ou no máximo com duas crianças.

BRINCADEIRAS 

PEGADOR: Reunir a turma e contar-lhes a origem da brincadeira “pegador”: As fugas incessantes dos negros para os quilombos fizeram surgir a figura do "capitão do mato". Era ele quem caçava os fugitivos. No jogo do "pegador", a figura central é esse caçador, que aparece no folclore da criança do Norte, do Sudeste e do Nordeste, redutos de negros escravos.

MATACUZANA: Consiste em lançar com as mãos pedrinhas ou castanhas de caju do solo para o alto. Os participantes podem ir formulando ou alterando as regras como: “jogar a semente para cima e pegar com a mão contrária”, “quem deixar cair à semente que jogou devolver as que ganharam em outras partidas”, etc. Objetivo: Proporcionar às crianças aprendizado de jogo de cultura africana (ver Fig. 7) tipicamente praticado nas cidades de Maputo, Manica, Niassa e Tetê, localizadas em Moçambique. O jogo é semelhante a “Chincha” ou “Três Marias”, denominações mais utilizadas em Portugal e no Brasil.

Fonte: Banco de dados-PIBID 2014

Fonte: http://www.abrasoffa.org.br/folclore/danfesfol/jongo.htm

Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/aprendendo-as-brincadeiras-africanas.html

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